MEU PRIMEIRO AMOR - CAPÍTULO 10

NO CAPÍTULO PASSADO...

Fui ao quarto de meus pais, olhei a gaveta e bingo! Estava aberta, peguei a carta e comecei a ler, eu não estava acreditando no que estava lendo, não, não pode ser verdade. Não o meu pai. Não, meu pai não. Peter entrou no quarto e me virou chorando.
Peter- meu amor, o que houve?
Eu estava em choque, eu não conseguia falar nada, eu só chorava.
Peter- Lali fala comigo, meu amor fala comigo.
Lali- nãoooo, não pode ser Peter, não pode.
Peter- o que foi Lali? O que houve?
O abracei sem falar nada, eu não conseguia falar, estava doendo demais.

MEU PRIMEIRO AMOR - CAPÍTULO 10

Peter- meu amor, me fala o que aconteceu!
Lali- minha mãe mentiu pra mim Peter.
Eu disse chorando enquanto o abraçava.
Peter- me explica essa história meu amor.
Lali- eu achei que pudesse confiar nela, mas pelo visto não né.
Peter- juro que não estou te entendendo.
Lali- meu pai, como ele pode. Eu não acredito, o meu pai, o meu herói.
Peter- tudo bem, eu já entendi que está chocada. Relaxa que estou aqui tá bom? Quando sentir-se pronta para me contar eu vou te ouvir, saberei esperar.
Continuei o abraçando, cada vez mais forte, ele me confortava, seus braços eram meu maior refugio. Não sei como estaria agora se não fosse o Peter. Quando meu pai foi preso o Gastón estava distante e agora o Peter está do meu lado, isso é tão importante para mim. Eu não conseguia parar de chorar, estava muito difícil para mim.
Ficou um silêncio, eu continuava chorando mais só minhas lágrimas caiam. Peter estava me acalentando como se quisesse que eu dormisse, não cantando, mais sim fazendo carinha, balançando as vezes como se eu fosse um bebê. O silêncio foi quebrado com a campainha tocando.
Peter- meu amor, a campainha está tocando.
Não falei nada, continuei como estava.
Peter- quer que eu atenda?
Balancei a cabeça positivamente.
Peter- então está, eu já volto!
Ele foi atender a porta, fiquei deitada, não me importava saber quem é, só queria que ele voltasse para eu ficar deitada em seu colo, queria mais carinho, precisava de mais.
Peter- Paula? O que faz aqui?
Paula- precisamos conversar.
Peter- como soube que eu estava aqui?
Paula- foi em sua casa, sua mãe me falou.
Peter- ela te passou o endereço da Lali também?
Paula- sim, eu disse que era sério.
Peter- eu não posso falar agora.
Paula- Peter, eu já disse que é importante.
Peter- a Lali está precisando de mim, não vou deixa-la para atender a seus caprichos Paula.
Paula- não são caprichos, Peter, não são.
Lali- o que está acontecendo aqui?  Paula?
Peter- meu amor, a Paula já estava indo embora.
Paula- não estava não! Eu não vou embora até você falar comigo.
Peter- eu já disse que não posso agora! A Lali está precisando de mim.
Lali- sai da minha casa Paula.
Paula- estou na porta da sua casa.
Lali- vai embora.
Peter- por favor Paula, vai embora.
Emília- o que está acontecendo aqui?
Peter- Dona Emília.
Emília- está tudo bem Lali?
Lali- como estaria tudo bem? Me explica, como?
Emília- o que houve filha?
Lali- o que houve é que você é uma mentirosa dona Emília, é isso.
Peter- Lali, por que está falando assim com sua mãe?
Lali- ela mentiu pra mim Peter, mentiu.
Emília- do que está falando filha.
Lali- meu pai é um assassino, meu pai matou o pai do Gastón e ainda por cima é um ladrão.
Peter- o que?
Lali- ele roubava a própria empresa.
Emília- Lali, você leu a carta?
Lali- é, eu li
Emília- eu não sei se aquilo é verdade filha.
Lali- é claro que é, é claro que sabe.
Peter- meu amor se acalma.
Lali- não dá para eu me acalmar Peter, não dá.
Emília- minha filha...
Lali- não fala comigo, estou com raiva, não quero saber de mais nada! MAIS NADA!
Falei gritando, quase vomitando as palavras, eu estava com raiva, com ódio, não ódio da minha mãe mais da situação, do que estava acontecendo, por que minha vida virou esse caos, por que? 
Peter- Lali!
Peter gritou por meu nome, mais não parei, eu se quer olhei para trás.
Peter- eu falo com ela.
Emília- por favor Peter, trás minha filha de volta!
Peter- pode deixar.
Parei na pracinha, sentei no banco e me pus a chorar, mais do que já estava chorando.
Peter- meu amor, o que foi aquilo?
Lali- minha mãe mentiu para mim Peter, aquela carta era do pai do Gastón para o meu pai.
Peter- e nela dizia que seu pai havia roubado, é isso?
Lali- sim, ele ameaçava entregar meu pai, ou seja, ele o matou como queima de arquivo. Meu pai, um assassino.
Comecei a chorar, Peter me abraçou, me deu um beijo na cabeça, o abracei forte!
Peter- tudo ficará bem, tudo dará certo.
Paula- Peter!
Peter- Paula? Achei que tivesse ido embora.
Paula- não antes de falar com você!
Lali- você não se toca não?
Paula- sim, me toco! Sinto muito que tenha problemas queridinha, mais o mundo não gira em torno de você, também tenho os meus.
Lali- e o que temos a ver com seus problemas?
Paula- você nada, o Peter sim.
Peter- eu já te disse que não vou falar com você agora.
Paula- e eu já disse que não vou embora antes de falar com você!
Peter- então fala Paula, diz o que tanto quer dizer.
Paula- a sós.
Peter- não, eu não vou deixar a Lali sozinha e não tenho segredos com ela.
Lali- pode ir Peter.
Peter- não!
Paula- tem certeza que quer ,que eu conte na frente dela? 
Peter- claro que sim.
Não olhei na cara dela, fiquei esperando que ela falasse de cabeça baixa, Peter não me soltou um segundo se quer, mais ele se a encarava, sei por que olhei para ele.
Paula- não foi nada planejado, eu não queria, aliás eu nem pensava nisso agora...
Peter- não entendo.
Paula- eu já vou chegar lá.
Peter- vá direto ao ponto.
Paula- ok! Se quer assim serei curta e grossa.
Peter- ótimo, prefiro assim.
Paula- eu estou grávida Peter!
Olhei para ela, Peter a encarava incrédulo, ela olhou para mim e em seguida olhou para ele. Eu continuei a encarando, Peter também!
Paula- você vai ser papai.
Lali- mentira!
Peter- claro que é mentira, por que está mentindo?
Lali- para ter você de volta!
Paula- não sou tão suja queridinha! Desconfiei por que eu estava passando mal direto, sempre fui fraca para doença você sabe Peter, por isso no começo achei que fosse isso, mais era uma coisa diferente, pesquisei na internet e vi que eram sintomas de gravidez, fiz testes de farmácia e deu positivo.
Lali- esses testes dão errado muitas vezes.
Paula- eu fiz 5 testes, todos deram positivo.
Peter- eu não acredito em você!
Paula- podemos fazer um exame de sangue.
Lali- podem ir resolver isso longe de mim?
Peter- eu não vou te deixar.
Paula- já disse o que tinha a dizer!
Lali- cobra!
Paula- eu vou fazer o exame Peter e você vai ver que não estou mentindo! E você conhece meu pai, ele vai querer que você se case comigo.
Peter- ele vai ficar querendo.
Paula- isso é o que vamos ver.
Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo! Aquela garota já havia me tirando do sério. Ela foi embora e foi melhor assim, eu não iria me responsabilizar por meus atos se ela continuasse ali. 
Peter- meu amor, eu não sei o que dizer. Eu não poderia imaginar que tudo ficaria tão sério assim.
Fiquei calada, olhando pro nada, eu simplesmente não tinha o que dizer.
Peter- Lali? Meu amor? Está tudo bem?
Olhei para ele, o encarei com o rosto duro, sem expressão.
Lali- bem? Eu descobri que meu pai é um bandido, descobri que meu namorado vai ter um filho com outra, tudo isso no mesmo dia, ao mesmo tempo e você me pergunta se estou bem?
Peter- Lali, eu...
Lali- não, não tente se justificar, você não vai conseguir, olha Peter, é demais pra minha cabeça, é muita coisa.
Peter- vai terminar comigo não vai?
Lali- eu preciso de um tempo, eu colocar tudo em seu devido lugar, preciso organizar minha cabeça.
Peter- tudo bem.
Lali- respeita tá? Respeita esse tempo, por que eu não esperava mais uma turbulência a essa altura do campeonato. 
Peter- nem eu Lali.
Levantei-me e fui embora, não olhei para trás, eu estava destroçada, acabada, estava me sentindo enganada, humilhada, me sentia uma perdedora.
Peter- eu te amo.
Ouvir isso foi como enfiar uma estava em meu peito, doeu e como doeu, a minha vontade era voltar lá e lhe dar um beijo e dizer que estava tudo bem, mas não estava, eu tinha que agir com a cabeça e não com o coração. Fui para casa, minha mãe tentou falar comigo mais fui direto ao meu quarto sem lhe dar chance alguma de falar. Deitei-me em minha cama e fiquei chorando sozinha, pensando sozinha e tentando imaginar uma forma de seguir em frente.
Algum tempo depois ouvi umas batidas na porta do meu quarto, não levantei, supus que fosse minha mãe, mais após algumas batidas ela me disse quem era.
Eugenia- Sou eu Lali a Euge!
Levantei e fui abrir a porta para ela, eu realmente estava precisando da Euge! Assim que abri a porta lhe abracei, eu estava muito carente mesmo.
Eugenia- ai amiga.
Lali- minha mãe te ligou?
Eugenia- não, o Peter, ele me contou tudo.
Lali- me diz que é um pesadelo Euge, que é um horrível pesadelo mais que vou acordar em instantes.
Eugenia- bem que eu gostaria amiga, acredite!
Lali- o que eu faço? É problema atrás de problema. Parece que o universo conspira para Peter e eu não ficarmos juntos.
Eugenia- o universo não tem nada a ver com isso e sim as pessoas.
Lali- o que acha dessa gravidez da Paula?
Eugenia- uma farsa, está na cara.
Lali- será mesmo?
Eugenia- lógico Lali, ainda tem duvidas?
Lali- mais e se for verdade?
Eugenia- vai desistir do Peter? De vez?
Lali- eu não sei, eu sei o que fazer.
Chorei, Eugenia me abraçou e pediu para eu ter força, olha só como o mundo é engraçado, sempre que estou mal ela é quem em acalma, quem me dá forças.
Eugenia- muitos jovens tem filhos mais nem por isso eles casam.
Lali- ela falou que o pai dela o obrigaria a casar.
Eugenia- ele não pode fazer. Século XXI meu amor. Ninguém casa obrigado mais não, só se quiser.
Lali- ele não quer.
Eugenia- então ele não casa. É você quem ele ama.
Lali- eu sei.
Eugenia- ele não tem culpa, sobre isso já falamos.
Lali- eu sei. Mais não é só isso, tem minha mãe também, ela mentiu pra mim.
Eugenia- você precisa ouvi-la.
Lali- preciso?
Eugenia- sim precisa! Lali você tem que dar chance dela se explicar, ela só queria te proteger, ou ter certeza das coisas antes de qualquer coisa.
Lali- quem diria que você pensaria mais que eu nas coisas.
Eugenia- você está passando por essas coisas, por isso eu estou pensando em tudo, se fosse o contrário, você estaria me dando esses conselhos.
Lali- vai ver é.
Eugenia- vou te deixar pensando nisso. Pensa bem viu? 
Lali- pode deixar.
Eugenia- força amiga.
Lali- obrigada!
Eugenia foi embora e fiquei pensando em tudo o que ela me disse. É fazia sentindo, parei de chorar, continuei pensando e só a noite decidi dar uma chance para minha mãe se explicar, fui ao quarto dela para termos uma conversa, não seria fácil mais eu estava preparada.
Lali- mãe!
Emília- minha filha.
Lali- eu resolvi dar uma chance da senhora me explicar tudo.
Emília- que bom.
Lali- por que não me contou?
Emília- eu fiquei chocada quando encontrei aquela carta, eu não sabia o que fazer.
Lali- imagino.
Emília- eu falei até com a Gimena.
Lali- e por que não me contou mãe?
Emília- eu precisava ter certeza Lali, eu não queria acreditar naquilo.
Lali- também é muito difícil para mim acreditar.
Emília- a alguns dias fui visitar seu pai, lembra?
Lali- claro!
Emília- eu contei tudo a ele.
Lali- o que ele disse?
Emília- que é inocente. 
Lali- a senhora acha que é?
Emília- eu quero acreditar minha filha, seu pai não é um monstro.
Ela chorou, eu também não consegui me conter e chorei.
Lali- eu sei que não mãe.
Emília- me perdoa, eu só queria te poupar de tudo isso, eu só queria ter absoluta certeza das coisas.
Lali- eu entendo mãe.
Nos abraçamos forte, foi um abraço longo, eu estava precisando daquele abraço. Acabei ficando por lá mesmo, dormimos as duas depois de um tempo. Acordei exausta, foi um dia difícil, uma noite difícil. Minha mãe me deixou faltar aula, fizemos brigadeiro e fomos assistir um filme de romance, escolhemos um bem triste, queríamos chorar mais.
Emília- esse filme sempre me faz chorar.
Falou minha mãe chorando.
Lali- a mim também, por isso o escolhemos.
Falei também chorando.
Assistimos 'E o vento levou',  esse filme é um clássico. Eu nunca vi tanta desgraça em um filme só! Mais esse filme me fez pensar em muitas coisas. Quando o filme acabou, minha mãe subiu para lavar o rosto, eu já estava bem, fiquei na sala deitada, até que a campainha tocou. Fui atender, era ele.
Lali- Peter?
Peter- desculpa ter vindo assim, combinamos de eu te dar um tempo, mais eu fiquei preocupado que não foi a aula e vim se estava tudo bem.
Lali- entra!
Peter- não precisa, só quero saber se está bem mesmo.
Lali- sim, eu só precisei ficar em casa hoje, tive uma manhã de meninas com minha mãe.
Ele sorriu meio sem graça.
Peter- entendi.
Lali- obrigada por se preocupar.
Peter- imagina meu amor... digo, Lali.
Sorri.
Lali- meu amor.
Ele sorriu.
Lali- vamos passar por tudo isso juntos?
Peter- sério?
Lali- sim.
Peter- eu te amo.
Lali- eu te amo.
Nos abraçamos forte, nos olhos e sem seguida nos beijamos, eu não vivo sem ele.

Continua...

PRÓXIMO CAPÍTULO, TERÇA-FEIRA!

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