MEU PRIMEIRO AMOR - CAPÍTULO 2

NO CAPÍTULO PASSADO...

Peter- me conta e não chora, você fica mais linda sorrindo.
Lali- já me viu sorrindo?
Peter- já sim, esqueceu?
Lali- sim é verdade. Na praia.
Peter- pois é.
Lali- meu pai está preso.
Peter- e ele terminou com você, só por isso?
Lali- ele foi preso acusado de matar o pai do Gastón.
Peter- nossa!
Ele ficou totalmente sem reação, sem saber o que me dizer. Eu não tinha coragem de encara-lo, então abaixei a cabeça.

MEU PRIMEIRO AMOR – CAPÍTULO 2

Lali- meu pai se diz inocente.
Peter- tem alguma possibilidade dele ser?
Lali- se ele diz, é claro que tem.
Peter- claro.
Lali- o Gastón pelo visto não acredita nisso. 
Peter- eu acredito.
Lali- está falando isso para me agradar.
Peter- para te ver sorrir.
Lali- por quê?
Peter- eu não quero te ver triste.
Lali- por quê?
Peter- por que você é linda e fica ainda mais linda sorrindo. 
Dei um sorriso.
Peter- viu? Você é uma princesa.
Lali- e você um príncipe.
Peter- sou o que você quiser.
Lali- muito galante.
Sorri de novo. Ele também! Ele ficou me olhando. Encarando-me na verdade. O encarei também. 
Julia- Ei, vocês.
Lali- dona Julia?
Julia- o sinal tocou, não ouviram?
Peter- na verdade não.
Julia- mas tocou. Para a sala, já!
Dona Julia é a inspetora do colégio. É brava que só ela, mas sei que ela tem um bom coração.
Peter- olha só, somos da mesma classe.
Lali- sim.
Sorri. Entramos e todos ficaram nos olhando.
Peter- a professora ainda não chegou.
Lali- o que é estranho por que nenhum professor se atrasa aqui.
Eugenia- a Mercedes esqueceu a caderneta na sala dos professores.
Lali- ah!
Eugenia- senta aqui comigo Lali.
Lali- claro Eugenia.
Peter- vou sentar ali atrás.
Lali- tá bom.
Sentei na frente com a Eugenia e o Peter foi sentar lá atrás com um outro garoto novo.
Eugenia- e você dizendo que não tinha nada com o gato.
Lali- e não tenho.
Eugenia- sei.
Lali- olha a Mercedes chegou.
Eugenia- O Gastón não tira o olho de você.
Lali- não me importo.
Eugenia- hum, está bem!
A manhã passou rápido. Ou melhor, menos quando a Eugenia abria a boca e ficava falando de suas férias perfeitas, com um garoto que ela conheceu e ficaram todas as férias. COMO FALA ESSA MENINA. Mais até que ela é legal às vezes e divertida também.
Gastón- Lali.
Lali- o que quer?
Gastón- o que você tem com esse goroto?
Lali- com certeza nada parecido com o que você tem com a Rocio.
Gastón- Lali, eu...
Lali- você não precisa me explicar nada. Não estamos mais juntos.
Peter- tudo bem Lali?
Gastón- o que quer?
Lali- o Peter vai me levar para casa. Com licença Gastón.
Gastón encarou Peter com raiva (O Conheço bem e sei que estava com raiva), em seguida me olhou e saiu.
Peter- seu ex?
Lali- sim.
Peter- o que ele queria?
Lali- saber sobre nós.
Peter- a troco de que?
Lali- vai saber.
Peter- vamos?
Lali- obrigada!
Peter- pelo que?
Lali- por tudo. Nem me conhece.
Peter- você se chama Lali, tem 16 anos, é linda e muito forte por que  passou por umas coisas barra pesada. Acho que te conheço o suficiente. Ah, vou saber onde mora também.
Lali- então, acho que sou maluca, por que não sei nada sobre você.
Peter- nada?
Lali- tá se chama Peter, tem 16 anos...
Ele me interrompeu.
Peter- quase 17.
Lali- sim, quase 17... e só.
Peter- bom, eu vou te contar um segredo, mas promete não espalhar?
Lali- prometo.
Peter- meu nome não é Peter.
Lali- NÃO?
Fiquei chocada. COMO ASSIM ELE NÃO SE CHAMA PETER?
Peter- não. Eu me chamo Juan Pedro, mas desde criança me chamam de Peter.
Lali- ah, entendi.
Ele começou a rir.
Lali- o que houve? O que é engraçado?
Peter- seu rosto quando eu disse que não me chamava Peter.
Eu ri.
Lali- ué, eu achei estranho.
Peter- não espalha hein?
Lali- já prometi que não falo nada.
Peter- ok!
Ele deu um sorriso. Ele é extremamente lindo. O Sorriso dele irradia seu rosto tão bem desenhado. Só agora eu percebo o quão ele é belo.
Eugenia- oi gente.
Lali- Eugenia?
Eugenia- aonde vocês vão?
Peter- vou levar a Lali em casa.
Eugenia- que cavalheiro.
Lali- sim, ele é.
Eugenia- me leva para casa também?
Peter- hã?
Eugenia- eu moro umas quadras depois da Lali. Deixamos ela em casa e você me leva.
Peter- tudo bem.
Eugenia- então vamos?
Peter me olhou e em seguida a respondeu.
Peter- vamos.
É claro que ele não diria não. Ele é gentil demais para isso. Ai Eugenia, sempre oferecida.
Eugenia- então Peter. Quantos anos você tem?
Peter- tenho quase 17.
Eugenia- então tem 16?
Não. Imagina, ele tem 15 e vai pular uma idade.
Peter- sim, tenho 15.
Ele sorriu. Impossível não o olhar. Que sorriso lindo.
Eugenia- seu sorriso é tão lindo.
Eu deveria ter dito isso.
Peter- obrigado.
Eugenia- imagina gatinho.
Peter- por que está tão calada Lali?
Lali- sem assunto.
Eugenia- a Lali é assim mesmo.
Assim mesmo como?
Peter- assim mesmo como?
Eugenia- quieta. Muito certinha.
Peter- adoro garotas certinhas. Muito desinibidas e falastronas não fazem meu tipo.
TOMA!
Nos olhamos, dei um sorriso, ele outro e viramos o rosto. Eugenia ficou calada o resto do caminho.
Lali- chegamos. É aqui que eu moro.
Eugenia- está entregue.
Lali- não querem entrar e tomar um suco?
Peter- claro!
Eugenia- não posso. Eu preciso ir para casa, meus pais me esperam.
Lali- então o Peter fica e você vai.
Eugenia- mas...
Lali- até amanhã Eugenia.
Peter- tchau Eugenia.
Eugenia ficou com um pouco de raiva, mais não falou nada. Despediu-se gentilmente e foi embora.
Peter- obrigado.
Lali- pelo que?
Peter- pelo suco.
Lali- ah, pelo suco.
Nós dois sorrimos. Fomos para a cozinha. Tinha suco pronto. UFA! Te amo mãe.
Peter- é sua casa é bem bonita.
Lali- obrigada! Onde mora?
Peter- condomínio Las Rosas.
Lali- nossa, mais fica pro lado contrário da minha casa, saindo do colégio.
Ele sorriu e balançou a cabeça dizendo sim enquanto bebia o suco.
Lali- se eu soubesse não teria aceitado que me trouxesse.
Peter- bobagem. Sua casa não é tão longe, eu volto e pego um ônibus para casa.
Lali- estou envergonhada.
Peter- eu me ofereci para te trazer.
Lali- eu sei, mas...
Peter- mas nada.
Calei-me. Ele tomou o suco e depois foi embora. Afinal ele mora um pouco longe. Fui para o meu quarto e deitei na minha cama. Todo aquele dia passou pela minha cabeça. Desde a hora que saí para o colégio, até o exato minuto em que me deitei, tanta coisa aconteceu. O Gastón com a Rocio, eu sendo grosseira com o Peter, a Eugenia falando coisas bobas, o Peter sendo gentil comigo várias vezes, a Eugenia se mostrando um pouco legal, e depois se mostrando oferecida, o Gastón me cobrando explicações, ou quase isso. Eugenia disfarçando que tinha algo para fazer em casa, só para não entrar na minha casa. E eu me impondo. Fiz o Peter fica e a Eugenia indo embora. Orgulho-me disso. Mamãe chegou umas horas depois, eu passei toda a tarde fazendo os exercícios de casa. À noite jantei com a minha mãe, ela me contou como foi lá com meu pai. Sinto falta dele. Acredito na inocência dele e vamos conseguir provar que tudo foi uma armação. Chequei meus e-mails e me deitei. Estava exausta. Consequentemente o Peter me veio à cabeça quando fechei os olhos. Por quê? Não entendi. Depois de uns minutos, dormi. Estava exausta.
Emília- bom dia dorminhoca.
Lali- bom dia, melhor mãe do mundo.
Emília- hum, parece mais animada.
Lali- e estou.
Emília- que bom te ver assim querida.
Lali- digo o mesmo.
Sorri. Mamãe também sorriu.
Emília- senta ai. Vamos tomar café.
Lali- sim, eu ainda tenho um tempinho.
Emília- oba! Vamos lá, me conta.
Lali- o que?
Emília- desde ontem te notei felizinha. Qual o motivo dessa felicidade?
Lali- tem que ter motivo?
Emília- não necessariamente, mais sei que tem.
Lali- não é nada mãe.
Ela fez uma cara de ‘me conta outra filha’.
Emília- para de graça e me conta logo Lali.
Lali- não tem nada para contar.
Emília- tá, mas aconteceu algo diferente ontem?
Lali- bom sim, eu conheci um menino...
Ela me interrompeu. Ela ama fazer isso.
Emília- agora está explicado.
Lali- está explicado o que?
Emília- essa alegria ai.
Lali- minha alegria não tem nada haver com ele.
Emília- me conta outra querida.
Lali- aff mãe, que saco. Eu vou pro colégio.
Emília- traz ele para almoçar aqui.
O que? Ela acha que eu e o Peter temos algum tipo de relacionamento? Nossa, minha mãe as vezes viaja legal.
Lali- ele é só um amigo.
Emília- e dai? Amigos almoçam na casa de amigos.
Lali- não vem com segundas intenções não, tá dona Emília?
Emília- eu? Com segundas intenções? Imagina filha.
Lali- sei.
Minha mãe é super legal, metida a moderninha e tudo. Mas tem horas que se acha a dona da verdade. Não sinto nada pelo Peter. NADA.
Não acredito no que vejo! A Eugenia já se oferecendo para o Peter.
Lali- bom dia gente.
Eugenia- bom dia amiga.
Peter- bom dia Lali.
Lali- sobre o que estão falando?
Eugenia- eu estava cobrando do Peter me levar hoje para casa.
Peter- é verdade.
Lali- ah entendi.
Peter- eu já ia explicar para ela que eu não posso.
Eugenia- por que não?
Peter- eu já tinha combinado de levar uma menina para tomar sorvete depois da aula.
Eugenia- sua namorada?
Peter- futura namorada.
Eugenia- então tá bom. Vejo vocês na sala.
Eugenia entrou no colégio. Peter me olhava de uma forma diferente. Eu abaixei a cabeça um pouco envergonhada e decidi quebrar o silencio.
Lali- vamos entrar?
Peter- antes queria te perguntar uma coisa.
Lali- o que?
Peter- quer tomar um sorvete depois da aula?
Lali- não.
Peter- não?
Ele achou mesmo que eu ia segurar vela para ele e para a ‘futura’ namorada dele?
Lali- não sirvo pra vela.
Peter- vela?
Lali- não vai com sua futura namorada?
Ele sorriu. O encarei brava e ele logo parou de rir.
Peter- eu estava falando de você.
Lali- de mim?
Peter- sim. Na verdade falei aquilo para não ter de levar a Eugenia para casa e também por que quero te levar para tomar um sorvete. Aceita?
Sorri. Ele também! Estava claro que eu queria ir. Então eu topei. 
No fim da manhã, Peter e Eu saímos do colégio e fomos direto a sorveteria que fica a algumas quadras do colégio.
Peter- qual o seu sorvete predileto?
Lali- milho verde.
Peter- ah não!
Lali- também acha nojento? Todo mundo acha e não sei por que.
Peter- é o meu preferido também.
Lali- claro que não é.
Peter- claro que é.
Lali- jura?
Peter- juro.
Nós dois sorriso. Como pode isso? Nós dois adoramos o sorvete que quase ninguém gosta.
Peter- você tem razão. Quase ninguém gosta.
Lali- é uma delicia.
Peter- é o que digo a todos. Mas ninguém acredita.
Lali- sei como é.
Pedimos os sorvetes e o garoto da sorveteria os trouxe rapidamente. Enquanto os tomamos, conversamos.
Peter- gostoso?
Lali- sim.
Peter- acho que dessa vez a Eugenia desistiu de mim.
Lali- por que acha isso?
Peter- não falou comigo a aula toda.
Lali- é, acho que ela não gostou muito.
Peter- tomara.
Sorri. Ele ficou me olhando, então eu abaixei os olhos o tomei um pouco mais do sorvete. Que estava delicioso por sinal.
Peter- quando acabarmos eu te levo em casa. Certo?
Lali- obrigada cavalheiro.
Peter- não há de que, gentil dama.
Lali- minha mãe pediu para eu te convidar para almoçar.
Peter- falou de mim para sua mãe?
Lali- comentei na verdade.
Ele abriu um sorriso todo bobo. Será que pensou bobagem igual minha mãe? Esse sorriso bobo dele era ainda mais lindo.
Peter- eu aceito.
Lali- está bem.
Tomamos o sorvete e passamos pela pracinha que tem uma rua antes da minha casa.
Peter- podemos ficar um pouco aqui?
Lali- claro!
Peter- Lali.
Lali- Sim?
Peter- eu acho que... 
Ele hesitou. Quer que seja o que ele iria falar desistiu.
Peter- Eu gosto de você.
Ou não.
Lali- também gosto de você.
Peter- entendeu em que sentido eu quis falar não é?
Lali- amigos?
Peter- não, não é como amigos.
Lali- Peter, eu...
Ele me interrompeu. Peter me encostou em uma arvore, eu o encarei e ele fez o mesmo.
Peter- eu não costumo fazer isso, mas, eu quero muito te namorar.
Lali- na- namorar?
Gaguejei.
Peter- sim, namorar.
Lali- eu não posso Peter.
Peter- por que não?
Não falei nada. Ele continuou me encarando. Algo dentro de mim queria dizer sim, sim, sim. Mas algo bem maior dizia que eu não podia. O que faço?
Peter- pode sim.
Ele falou depois de um tempo. E foi aproximando seu rosto no meu. Ele estava pronto para me beijar. Eu virei o rosto.
Lali- não. Eu não estou preparada. Não posso Peter, não posso. 
Ele ficou me olhando, deu um sorrisinho meio decepcionado e se afastou de mim.
Peter- tudo bem!


Continua...

PRÓXIMO CAPÍTULO QUINTA OU SEXTA!

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